Sobre o silêncio
Nenhum barulho. Nada em volta. Talvez eu esteja
diante do maior e mais completo caos. O silêncio nada mais é que o caos, o
todo, o eu complexo encapsulado em algo aparentemente silencioso. O silêncio é
o mundo. Vivo? Sim! Vivo! Visceralmente vivo. Carnalmente perturbador. Dentro
do silêncio tudo cabe. A vida, o eu. Silencio. Renuncio. Grito e quero tudo. Neste
momento clamo por barulho. Rejeito o silêncio. Rejeito a vida. Rejeito o eu.
Rejeito o tudo. Apego-me ao nada. Quero sons. Quero barulho. Quero uma
orquestra. Quero viver cegamente embalado pela mais bela e alegre sinfonia. Dorme
silêncio. Um dia eu te visito. Não quero refletir sobre você. Você é tudo, é
muito completo. Ninguém nunca realmente te decifrou e nem vai te decifrar.
Dorme. Dorme. Deixa-me gritar.
2 comentários:
Obrigado pelo o texto, quem nunca precisou de um momento de silencio.
Edimara Freire, eu que agradeço sua visita aqui no Literatudo Textos.
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