Insegurança
Será que escrevo? Eu ao menos sei escrever? O que
escrevo presta? O que vão achar? Será que está bom? Falarão muito?
julgar-me-ão? Quer saber, dane-se o mundo! Vou escrever sim!
Acho que pelo título e por essa introdução você deve
estar se familiarizando com o tema da crônica de hoje. Pois bem, trataremos da
insegurança. Não da insegurança pública que está espalhada pelo Brasil e
ninguém faz nada, mas da insegurança pessoal. Se sou inseguro? Não muito, dei
uma enfeitada para prender sua atenção no começo. Mas, claro, tenho sim meus
momentos de insegurança, diga-se de passagem duradouros e devastadores.
Mas por que deixamos de experimentar as melhores
coisas e de viver as mais puras emoções por conta da insegurança? Somos
submissos a ela por acaso? Cuidado, muito cuidado! Começa de pouco e depois
toma conta de sua vida.
Por que ela/ele preferiu ele/ela? Simplesmente
porque, talvez, nem tentamos conquistá-la (lo). Porque fomos inseguros ao ponto
de nos trancarmos em nosso mundo quadrado e solitário e esperarmos ela/ele vir
falar conosco. Por que ele/ela faz isso e aquilo e eu não? Porque eu nunca
tentei fazer, ora. Se ele/ela consegue, eu consigo. Pausa. Isso aqui está
parecendo crônica motivacional, se é que existe esse tipo de crônica, mas deve
ter, afinal, ainda não se sabe nem ao certo o que é uma crônica. Por falar
nisso, olha aí uma coisa na qual minha insegurança trabalha. Escrevo, escrevo,
tenho segurança para escrever, mas tenho insegurança para definir o resultado
final. É uma crônica ou um conto? Lá dentro, algo me diz que é uma crônica.
Aqui fora, algo me diz tratar-se de um conto. E agora? E nem adianta vir com o
papinho de que a crônica é um texto pequeno que aborda o cotidiano, o trivial
de maneira fascinante. Tem é muito conto que faz isso, ora. E tem é muita
crônica que não faz isso, se não houver, perdoe-me, mas acho que tem. Mas vamos
parar com isso porque não estamos aqui para uma aula de Língua Portuguesa e nem
em uma discussão linguística, estamos aqui para tratar da insegurança.
Por falar nisso, pegue um papel e uma caneta e
responda a seguinte pergunta:, (“Espera aí, eu não peguei o papel e nem a
caneta.”). Vou esperar então. Já pegou? Ainda não? Está esperando o quê? Pegou?
E nem pense que não é para pegar. Se você não pegar logo o que estou mandando,
pare de ler, ora. Pegou? Então pronto! Responda aí: Quantas coisas você já fez
realmente seguro(a)? Verdadeiramente espero que você tenha anotado muita coisa.
Agora, responda essa outra: Quantas coisas você fez inseguro(a) ou nem chegou a
fazer?
Respondeu? Pois vamos aqui comigo. Qual foi sua
maior lista? (Não vou dizer a minha porque não fiz, ou você quer que eu escreva
a crônica e ainda responda as perguntas que eu mesmo perguntei – criei,
inventei, tanto faz – ?) Voltando... Se a maior foi a das coisas realizadas com
segurança, parabéns! Você é uma pessoa bem segura, ou finge ser e mente muito
bem. Se a maior foi a da insegurança, parabéns também! Você mostrou ser uma pessoa
verdadeira e SEGURA.( “Como assim? SEGURA?”) Você respondeu com segurança não
respondeu? Então, você é uma pessoa segura. Simples assim! Você precisa
acreditar nisso!
“Que loucura é essa?”, deve ser o que você está
pensando no momento, mas não se apoquente, não. Não tem nenhuma loucura aqui.
Você só tem de parar de pensar que a insegurança existe. Ela é fruto de nossa
imaginação. A partir de hoje ela morreu – ah, isso serve para mim. Mais tarde
anoto em minha agenda: “A Insegurança morreu hoje.” Acrescentarei ainda: “Eu
não vou visitá-la e muito menos levar flores para o seu túmulo no dia de
finados.” A partir de hoje você vai fazer as coisas com segurança. Não vai se
importar com opiniões alheias e nem vai fazer nada só para agradar alguém. Ao
contrário do que dizem por aí, você não precisa de alguém que te dê segurança. Você
precisa é de você, de se conhecer. A partir de hoje você vai acreditar em seu
potencial. Enfim, a partir de hoje você vai ser seguramente você. É tão bom ser
seguramente você. Experimente! Então pronto! Deu por hoje! Acho que já falei o
que tinha para falar.
Ah, deixa eu ir buscar a agenda enquanto estou me lembrando.
Ah, deixa eu ir buscar a agenda enquanto estou me lembrando.