quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Uma história de amor


Vestiu-se ansioso. Tomou café. Chegou à escola. O sino tocou. Estava oficialmente aberto o ano letivo. Jorge rapidamente se dirigiu a sala de aula tomada por estranhos. Ninguém, absolutamente ninguém, era seu conhecido.
 A professora entrou. Logo, começaram as formalidades. Apresentações, falas, risos, timidez... Cada um era respeitado em sua singularidade. Passam-se apresentações e mais apresentações, até que chega a vez de Jorge. Com os lábios ressecados pelo nervosismo e com as pernas bambas de timidez, profere simples e rápidas palavras.
Do outro lado da sala, bem longe de nosso herói, está Maria. Linda, meiga, comunicativa e popular. Quando se apresentou, não transpareceu, nem por um minuto, seu nervosismo – se é que ela tinha. Sinceramente, acho que essa palavra nunca esteve presente na vida dessa menina.
As aulas daquele dia foram terminando e nosso herói ainda não tinha se enturmado com muita gente. Todavia, alguém naquela desgastada e velha sala tinha lhe chamado atenção.
Pronto para mais um dia de aula e disposto a ir conversar com Maria, ele entra na escola. Mas, sua timidez o faz mudar rapidamente de ideia. Entra na sala. Ela estava rodeada de amigas conversando enquanto o professor não chegava.
De sua cadeira o menino observava discretamente sua colega. O jeito como ela mexia no cabelo o fascinava. O seu sorriso fazia-o voar. Até o simples piscar de olhos da menina lhe deixava feliz.
Os dias foram passando e o garoto descobriu que estava apaixonado por Maria. E, finalmente, resolveu procurá-la. Já tinha um plano em mente: iria começar sendo amigo dela, para depois conquistá-la. E assim fez. Encorajou-se. Esqueceu a timidez. Arrumou o cabelo. Deu aquela arrumadinha básica no colarinho e foi.
Quando chegou perto dela até o seu âmago tremia, mas não deixou que isso transparecesse. Começou falando sobre uma tarefa e depois já estavam criando um vínculo. Amigos? Para a garota sim.
A cada intervalo que se passava a amizade aumentava. E assim continuaram.
Mas, Jorge – manipulado pela timidez e pelo medo – não tinha coragem de dar continuidade ao plano. Sofria sozinho. O amor e amizade coexistiam dentro daquele pequeno e frágil ser.
Ele, por medo, esqueceu o plano.
Ela, linda e sedutora, continuou a ficar mais íntima do jovem.
O tempo foi passando, as séries aumentando, a amizade se solidificando e nada mais acontecia.
Hoje, a menina virou confidente do menino que nunca contou que a ama. E, o menino ainda guarda em seu doce e frágil coração o amor que espera um dia oferecer a jovem.
Tomara que em um dia qualquer, a coragem que o possuiu no dia em que falou pela primeira vez com a garota volte, e ele possa dar continuidade ao plano já esquecido em sua mente, mas vivo em seu coração.

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4 comentários:

Luísa Aranha disse...

Gostei do seu texto Dalvan! Acredito que precisa revisar algumas questões de adequação de tempo verbal e narrativa. Por vezes ele parece um roteiro de teatro em outros um conto! Mas o caminho é esse!
Abraços
www.causoseprosas.com.br

Dalvan Linhares disse...

Obrigado, Luisa Aranha!

Unknown disse...

É quem nunca teve uma paixão de escola, não sabe o que é viver uma grande emoção, linda história, amo os seus textos.

Dalvan Linhares disse...

Verdade, Edimara Freire! Paixão de escola é intensa e inesquecível... rsrsrs Muito obrigado!

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